domingo, 1 de agosto de 2010

2010 Ano Internacional da Biodiversidade - 2ª Parte

2010 O ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE - Segunda Parte


Por Ricardo Quinteiro de Mattos



No número anterior, abordamos a proposta da ONU, de dedicar 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade. Tratamos de alguns conceitos ambientais e da postura do editor do Jornal Atual de assumir a responsabilidade social, dedicando matérias nesse jornal, sobre a causa ambiental. Ficamos de tratar, nessa fase, sobre o Livro vermelho e sobre a ameaça constante das espécies silvestres.

O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2008, é um condensado de artigos científicos, de leis ambientas, resgate histórico de listas anteriores e de pesquisas realizadas por diversas instituições públicas e privadas, como: Universidades, Organizações Governamentais e ONGs, que ajudaram a atualizar a lista de espécies ameaçadas de extensão e já extintas. Essa lista é chamada, em todo o mundo, de Lista Vermelha. Até o ano de 2008, a lista era publicada através de uma Portaria Ministerial. A edição 2008 é a segunda em forma de livro no Brasil. No entanto, a Lista de Espécies da Flora Brasileira foi editada por Instrução Normativa.

Nos anos sessenta, vários países tomaram a iniciativa de organizar suas respectivas Listas Vermelhas. O Brasil elaborou a primeira lista de espécies ameaçadas em 1968. A partir dessa primeira lista, muitas outras vieram atualizando o conteúdo. Até 2008, muitas espécies saíram da listas e ouras entraram. O que assusta, é que poucas saíram e muitas entraram. A Harpia, com foto na edição do Jornal Atual anterior, saiu da lista de espécies ameaçadas, pelo número de indivíduos encontrados na floresta amazônica.



No ano de 1966 a IUCN - União Mundial Para a Natureza passou a organizar uma Lista Vermelha em escala mundial. Porém, sem fazer um cruzamento. Acontece, que uma espécie da fauna, cujo habitat é uma área tão grande que extrapola a fronteira de mais de um país. Pode ocorrer de uma espécie estar em ameaça de extinção na lista de um país e não estar na lista do outro. Por tanto pode uma espécie estar ameaçada de extinção a nível mundial e não estar em determinado país. Veja o caso da Floresta Amazônica: Os governos criaram fronteiras e nesse bioma existem divisas políticas entre vários países. No caso da Mata Atlântica, na região sul, avança por mais dois países, Argentina e Paraguai. Ainda existem outras listas, sete Estados brasileiros fizeram listas das espécies ameaçadas de seu território, em datas diferentes. Todos deveriam estar fazendo com um calendário estabelecido. Assim as listas poderiam ser cruzadas e facilitar e sistematizar a lista nacional. Alguns biólogos também já publicaram através de suas entidades de classe listas de espécies de taxonômico, dos quais são especializados.

Para a edição de 2008, o Ministério do Meio Ambiente – MMA criou no âmbito da Comissão Nacional da Biodiversidade, uma Câmara técnica permanente de pesquisadores de várias organizações para atualizar a lista. O MMA ainda contou com a parceria da Fundação Biodiversitas, sediada em Belo Horizonte, que coordenou a execução desse trabalho. Os recursos financeiros para sua elaboração e publicação foram fornecidos pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira– PROBIO e do MMA.

Com o título de país megadiverso, o Brasil possui entre as espécies conhecidas pela ciência, 3000 peixes, 800 anfíbios, 680 répteis, 1800 aves, 530 mamíferos e incontáveis números de invertebrados. Em contra partida, a lista vermelha apresenta 627 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, sendo 419 de vertebrados, como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos sendo esse último grupo liderando a lista e 208 de invertebrados aquáticos e terrestres, Entre as espécies extintas foram relacionadas 4 espécies de aves.
Apesar de todo esse esforço, existem muitas espécies que ainda não conhecemos, são chamadas de espécies ocultas. Portanto, ainda há muito a fazer.




A essa altura, vocês já devem estar perguntando. -Para que serve essa lista? -Quais os critérios e a Metodologia usada? Bem, a resposta vai para o próximo número. Também vamos abordar a utilização dessa lista e o que o MMA faz para cuidar das espécies que nela estão e os instrumentos de gestão e implementação de planos de manejo. Até lá.

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